Dia Mundial da Tuberculose
Anualmente, a 24 de março assinala-se o dia em que o Dr. Robert Koch, no ano de 1882, anunciou que tinha descoberto a bactéria que causa a tuberculose, o que abriu o caminho para o diagnóstico e cura desta doença.
O objetivo deste dia é sensibilizar para as devastadoras consequências em matéria de saúde pública, sociais e económicas da tuberculose e para intensificar os esforços no sentido de acabar com esta epidemia global.
A tuberculose mantém-se como uma das doenças infeciosas mais relevantes no panorama mundial e como uma das principais causas de morte.
Os objetivos da Organização Mundial da Saúde pretendem atingir, até 2035, uma redução em 95% do número de mortes e 90% a taxa de incidência de tuberculose. Implicam a monitorização epidemiológica da doença e o ajuste das diversas estratégias implementadas. Uma atuação centrada no doente, na comunidade, protegendo os mais vulneráveis, facilitando o acesso aos cuidados de saúde e garantindo a possibilidade de tratamento preventivo, a aposta na investigação e tecnologia inovadora, nos fármacos e na produção de uma nova vacina, constituem pontos fundamentais no plano estratégico mundial até 2030.
Em Portugal o número de novos casos de tuberculose tem vindo a diminuir, mas continua a ser o país da Europa Ocidental com a taxa de incidência de tuberculose mais elevada.
Em 2021 foram notificados em Portugal, 1513 casos de tuberculose, 1401 novos casos e 112 re-tratamentos, correspondendo a uma taxa de notificação de 14,6 por 100 mil habitantes. A taxa de incidência (número de novos casos), acompanhou a tendência decrescente, sendo em 2021, de 13,5 por 100 mil habitantes.
No âmbito da resposta à tuberculose, os Centros de Diagnóstico Pneumológico (CDP) mantiveram-se sempre em funcionamento durante o período de pandemia COVID, promovendo o diagnóstico dos doentes com suspeita de tuberculose, o acompanhamento dos doentes em tratamento e a articulação com as Unidades de Saúde Pública e as instituições hospitalares. Manteve-se a gratuitidade do rastreio, diagnóstico e tratamento, assim como a concentração dos doentes complexos em Centros de Referência e a articulação com as diferentes estruturas dos cuidados de saúde, comunitárias e sociais.
A celeridade do diagnóstico de tuberculose ativa, a interrupção das cadeias de transmissão na comunidade e a identificação dos indivíduos suscetíveis com necessidade de tratamento preventivo, constituem os pilares fundamentais no controlo da doença.
Em Portugal, a tuberculose afeta sobretudo populações vulneráveis, onde se incluem pessoas que vivem com VIH, imigrantes, pessoas em situação de sem-abrigo ou reclusão, pessoas com dependências e pessoas com exposição ocupacional à sílica.
A procura ativa de casos através do rastreio de tuberculose ativa e de infeção latente nestas populações mantém-se como estratégia fundamental para o controlo e eliminação da tuberculose em Portugal. Assim, o Programa Nacional para a Tuberculose tem procurado celebrar protocolos que facilitem a implementação desta estratégia com diversos parceiros, incluindo Organizações Não-Governamentais, Alto Comissariado para as Migrações, Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências, Programa Nacional de Saúde Ocupacional, bem como reforçar a sua monitorização e acompanhamento no terreno.
Consultar: Relatório de Vigilância e Monitorização da Tuberculose em Portugal – Dados Definitivos 2021
