Inquérito da ARS Algarve IP sugere necessidade de reforçar informação sobre uso de antibióticos
A ARS Algarve IP, através do Grupo Coordenador Regional de Controlo de Infeção e das Resistências aos Antimicrobianos, apresenta resultados regionais sobre o nível de conhecimento do cidadão sobre a utilização responsável dos antibióticos.
No âmbito das comemorações do Dia Europeu do Antibiótico de 2013, o Grupo Coordenador Regional de Controlo de Infeção e das Resistências aos Antimicrobianos da Administração Regional de Saúde do Algarve elaborou um questionário com o objetivo de avaliar o nível de conhecimento do cidadão sobre a utilização dos antibióticos e simultaneamente chamar atenção para a importância do uso responsável de antibióticos de modo a evitar o desenvolvimento de bactérias resistentes e preservar a sua eficácia para as gerações futuras.
171 pessoas responderam voluntariamente ao questionário distribuído nas Unidades de Cuidados de Saúde Primários do Algarve e disponível online no portal da ARS Algarve IP, embora a amostra não seja significativa para extrapolar conclusões para o universo total dos utentes, os resultados desta avaliação de conhecimentos do cidadão quanto à utilização de antibióticos, servirão de base de trabalho para o Grupo Coordenador Regional de Controlo de Infeção e das Resistências aos Antimicrobianos implementar medidas de sensibilização junto da população.
Após análise das respostas, constata-se que cerca de 59% dos cidadãos não sabe o que é um antibiótico, sendo que destes, 16% diz não saber o que é e 43 % responderam que são medicamentos que matam ou inibem o crescimento de bactérias e vírus. Por outro lado, apenas 40% sabem o que é um antibiótico e para que serve, ou seja, responderam que são medicamentos que matam ou inibem o crescimento de bactérias.
Quanto à solicitação para dar exemplos de antibióticos, verifica-se que uma percentagem muito elevada de cidadãos (91%) não conseguiu referir o nome de um antibiótico, sendo que 85% não respondeu e 6% deu uma resposta incorreta. Perante as respostas incorretas, quando instados a referir nomes de antibióticos, verificou-se que há alguma confusão entre antibióticos e anti-inflamatórios (Ex. Brufen).
Noutro âmbito, constata-se que 41% dos inquiridos desconhecem que o antibiótico não é utilizado para curar constipações e gripes.
A maioria dos cidadãos (84%) toma antibióticos apenas quando receitados pelos médicos embora 12% ainda o faça sem receita. De igual modo, a maioria (83%), refere que o médico lhe explica a dose, horário e a duração do tratamento.
Por outro lado, ainda se verifica, que cerca de metade dos utentes (50,5%) não devolve os antibióticos que sobram à farmácia, guardando-os em casa, deitando no lixo doméstico ou na sanita.
Quanto ao conhecimento sobre a associação entre o uso errado dos antibióticos e o aparecimento de microrganismos resistentes, a maioria (70%) concordou, embora ainda exista 30% que não tenham esta noção, por não saberem (24%) ou por terem respondido negativamente à questão (6%).
Em suma, concluiu-se que há necessidade de reforçar a informação junto do utente/cidadão sobre o uso adequado dos antibióticos, nomeadamente o facto de não estarem indicados para tratamento de gripes e constipações. O envolvimento dos médicos de medicina geral e familiar, das farmácias e da educação como parceiros de excelência foi, ainda, considerado como um elo de ligação fundamental para sensibilizar de forma eficaz os cidadãos.
O Dia Europeu dos Antibióticos, que se assinala anualmente a 18 de novembro, pretende sublinhar a importância do uso dos antibióticos de forma responsável e pôr termo ao seu consumo desnecessário, isto é perceber que a toma de um antibiótico exige a sua prescrição por um médico e que as instruções sobre a forma adequada de o tomar devem ser escrupulosamente respeitadas.
Relatório do inquérito ao cidadão sobre conhecimentos na utilização de antibióticos
