IV Aniversário da Rede Nacional dos Cuidados Continuados Integrados assinalado em Encontro Nacional em Elvas
A Administração Regional de Saúde do Alentejo IP, em parceria com a Unidade de Missão para os Cuidados Continuados Integrados (UMCCI), promoveram nos passados dias 9 e 10 de Dezembro de 2010, o Encontro Nacional de Cuidados Continuados, para assinalar o IV aniversário da implementação da Rede. Durante os dois dias, no Centro de Negócios Transfronteiriços de Elvas, foi traçado o balanço do trabalho desenvolvido pelas equipas a nível nacional e regional e o ponto de situação actual sobre a implementação da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) no nosso país com o objectivo de avançar para uma visão de futuro, baseada nas necessidades em saúde e apoio social da população.
A Administração Regional de Saúde do Alentejo IP, em parceria com a Unidade de Missão para os Cuidados Continuados Integrados (UMCCI), promoveram nos passados dias 9 e 10 de Dezembro de 2010, o Encontro Nacional de Cuidados Continuados, para assinalar o IV aniversário da implementação da Rede. Durante os dois dias, no Centro de Negócios Transfronteiriços de Elvas, foi traçado o balanço do trabalho desenvolvido pelas equipas a nível nacional e regional e o ponto de situação actual sobre a implementação da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) no nosso país com o objectivo de avançar para uma visão de futuro, baseada nas necessidades em saúde e apoio social da população.
A Coordenadora da Unidade de Missão para os Cuidados Continuados Integrados, Dra Inês Guerreiro, aproveitou o evento para dar os parabéns a todos os profissionais pelo trabalho desenvolvido ao longo destes quatro anos, sublinhando que a Rede «está a aumentar com uma variação média de 100% desde o seu inicio» e que «até ao final do ano terá 5 mil camas». Desde 2006, são já mais de 50 mil as pessoas que receberam cuidados na RNCCI.
Neste momento existem, na RNCCI, 4565 camas para prestação do serviço de internamento e 6582 lugares de apoio domiciliários. Esta capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde tem vindo a aumentar de forma significativa nestes quatro anos e tem contribuído, de forma decisiva, para proporcionar mais e melhor qualidade de vida aos utentes da Rede e respectivas famílias.
Actualmente, o grande enfoque da Rede passa por tornar cada vez mais próximos os cuidados de saúde, «não só na proximidade física, mas também na proximidade da qualidade dos cuidados», tendo para isso optado por desenvolver mais equipas de apoio domiciliário. «Desde 2008 que temos vindo a trabalhar para aumentar a nossa capacidade no domicilio, neste momento temos uma resposta para cerca de 6 500 cidadãos em casa através de 160 equipas de cuidados integrados», destacou a Coordenadora da UMCCI avançando que nesta fase os grandes desafios «são os aspectos de especialização da Rede, como seja o da doença de Alzheimer, das demências e da Saúde Mental e dos doentes crónicos».
Lembrando que a grande missão das equipas multidisciplinares dos Cuidados Continuados Integrados é «cuidar para promover autonomia e cuidar para a qualidade de vida», a Dra Inês Guerreiro frisou que o trabalho desenvolvido por estas é fundamental ao «colocar o cidadão no centro do sistema, valorizando as suas necessidades, que são de diversas ordens: médica, mas também social, familiar, emocional, cognitiva, funcional».
No que diz respeito à Região do Algarve, a Coordenadora da UMCCI elogiou a ARS Algarve IP pela aposta nesta área, sobretudo pela experiência inovadora das equipas de apoio domiciliário de cuidados continuados: «Teve uma visão absolutamente correcta em 2005. Começou a lançar os alicerces pela comunidade ao desenvolver estas equipas».
No decorrer dos dois dias os profissionais de saúde, da segurança social, Santas Casas da Misericórdia e IPSS’s, presentes no encontro, abordaram o trabalho desenvolvido ao longo destes quatro anos na Rede, debatendo temas como «o regresso à vida familiar e social – qual o papel dos Cuidados Continuados Integrados?», «a continuidade de cuidados – o papel dos cuidadores informais: cuidar dos que mais cuidam», «a proximidade dos cuidados e os cuidados de proximidade», «os cuidados continuados e o continuum dos cuidados».
No dia 10 de Dezembro de destacar a participação da Dra Virgínia Trincão da ECCI de Silves, na mesa «a proximidade dos cuidados e os cuidados de proximidade», moderada pelo Presidente da ARS Algarve IP, Dr. Rui Lourenço, onde foi apresentado o balanço do trabalho desenvolvido pelas Equipas de Cuidados Continuados Integrados de Estremoz, Vila Real e Silves e as expectativas e desafios para o futuro.
«A humanidade, como acompanhar os idosos até ao fim» foi o tema da Conferência, realizada no segundo dia do Encontro, pelo Prof. Yves Gineste, que apresentou o trabalho desenvolvido, em França, em doentes idosos e com demência, baseado na filosofia da humanitude, da qual é um dos fundadores.
O olhar, o falar, o tocar, a verticalidade e o vestuário foram apresentados pelo Prof. Yves Gineste como factores essenciais para os cuidados baseados nos «pilares da humanitude», visto serem estes aspectos e atitudes, segundo ele, capazes de promoverem a dignidade, o respeito, a liberdade e auto-estima da pessoa, restituindo-lhe o sentimento de espécie, através da qual a pessoa é capaz de continuar a sentir-se um ser humano.
Neste sentido, o Prof. Yves Gineste propõem um processo constituído por algumas etapas para a prestação de cuidados (pré-preliminares, preliminares, restabelecimento do circuito sensorial e consolidação sensorial), que podem ser ensinadas aos cuidadores, através de programas de formação e de treino de competências, cujo o objectivo é que os cuidadores consigam ser capazes de utilizar os «pilares da humanitude», tais como, «tocar carinhosamente, falar constantemente, sorrir, olhar para a pessoa».
A Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), criada em 2006 pelos Ministérios da Saúde e do Trabalho e Solidariedade Social, constitui um novo modelo organizacional formado por um conjunto de instituições públicas e privadas, que prestam cuidados continuados de saúde e de apoio social. Estas novas respostas promovem a continuidade de cuidados de forma integrada a pessoas em situação de dependência e com perda de autonomia, estando centradas na recuperação global da pessoa, promovendo a sua autonomia e melhorando a sua funcionalidade, no âmbito da situação de dependência em que se encontra.
