Projeto de Gestão integrada da diabetes do ACES Sotavento distinguido com 1º lugar – categoria poster – na 6ª edição dos Prémios das Boas Práticas em Saúde
Desenvolver estratégias para melhorar o controlo e a deteção precoce da diabetes e simultaneamente prevenir e fomentar os estilos de vida saudável junto da comunidade para diminuir a taxa de incidência desta doença crónica na população são os principais objetivos do projeto de gestão integrada da diabetes do ACES Sotavento iniciado em 2009 e que até ao momento já contribuiu para aumentar mais de 1% da taxa de diagnóstico da diabetes, diminuir as amputações e duplicar o número consultas de diabetes codificadas no ACES Sotavento. Este foi um dos 17 projetos selecionados para ser apresentado em poster na 6ª Edição do Prémio de Boas Práticas em Saúde no dia 7 de Novembro de 2012 em Lisboa, tendo sido distinguido pela comissão científica com o 1º lugar nesta categoria.
Desenvolver estratégias para melhorar o controlo e a deteção precoce da diabetes e simultaneamente prevenir e fomentar os estilos de vida saudável junto da comunidade para diminuir a taxa de incidência desta doença crónica na população são os principais objetivos do projeto de gestão integrada da diabetes do ACES Sotavento iniciado em 2009 e que até ao momento já contribuiu para aumentar mais de 1% da taxa de diagnóstico da diabetes, diminuir as amputações e duplicar o número consultas de diabetes codificadas no ACES Sotavento. Este foi um dos 17 projetos selecionados para ser apresentado em poster na 6ª Edição do Prémio de Boas Práticas em Saúde no dia 7 de Novembro de 2012 em Lisboa, tendo sido distinguido pela comissão científica com o 1º lugar nesta categoria.
Iniciado em março de 2009, este projeto multifacetado de prevenção e controlo a diabetes no ACES Sotavento, criou «uma rede de cuidados da diabetes» envolvendo todas as unidades funcionais deste Agrupamento de Centros de Saúde, o Hospital de Faro, a Coordenação Nacional de Prevenção da Diabetes, as escolas e autarquias locais que tem permitido promover a melhoria da qualidade no diagnóstico e acompanhamento dos doentes diabéticos e, ao mesmo tempo, desenvolver ações de sensibilização para a prevenção da doença.
«Tínhamos uma grande taxa de amputação, uma percentagem elevada de diabéticos por diagnosticar e os que se encontravam nos serviços não estavam devidamente controlados, sentíamos uma grande necessidade de investir nesta área», explica a Enf. Otília Mestre, que em colaboração com o Dr. João Paulo Almeida, na altura ambos no Conselho Clínico do ACES Sotavento e gestores iniciais do projeto, aproveitando o desafio lançado pela DGS em termos nacionais para o desenvolvimento de uma experiência piloto em cinco ACES sob a coordenação do Coordenador Nacional da Diabetes, Dr. José Manuel Boavida, decidiram avançar com a implementação de um projeto-piloto no ACES Sotavento.
A população alvo eram os cerca de 61 500 utentes inscritos no Sotavento, sendo que «destes sabíamos que tínhamos à partida 3300 com diabetes e calculávamos que havia 4300 por diagnosticar. O nosso objetivo era tratar bem aqueles que estavam diagnosticados e ir à procura dos outros, para, desta forma, promover a eficácia na prevenção e controlo global da diabetes em todos os utentes do ACES Sotavento», refere a Enf. Otília Mestre acrescentando que o projeto assenta em duas grandes vertentes: «melhorar o controlo terapêutico dos diabéticos» e «promover a prevenção da diabetes com ações comunitárias de sensibilização e informação sobre os factores de risco para a diabetes».
A fase inicial do projeto passou pela criação do Núcleo da Diabetes do ACES Sotavento, constituído por um médico e um enfermeiro de cada uma das unidades funcionais de todo o ACES (USF, UCC, UCSP, URAP) para promover a articulação entre todas as unidades e fomentar o envolvimento dos parceiros da comunidade, autarquias e o Hospital de Faro para que, em conjunto, «definissem a estratégia e o papel de cada um nos 4 níveis de atuação – Prevenção, deteção precoce, tratamento e reabilitação».
Tendo em conta que «a deteção precoce é o melhor tratamento para a diabetes» e «dado as elevadas taxas de amputação em doentes do sotavento», foram realizadas ações de formação teórico-práticas na área do pé diabético com o objetivo de capacitar médicos e enfermeiros para «desenvolverem competências na execução correta do exame ao pé e detecção atempada de pés em risco». Simultaneamente, as ações de formação serviram para efetuar alguns rastreios organizados aos utentes diabéticos nos vários concelhos.
No mesmo âmbito, de modo «a estimular a manutenção das boas práticas clínicas nesta área, fez-se também formação continua a médicos e enfermeiros para divulgar normas, orientações técnicas, guidelines e indicadores».
Por outro lado, o envolvimento dos profissionais do Hospital de Faro, nomeadamente «nas reuniões clínicas realizadas mensalmente em Tavira pelo Núcleo da Diabetes» ajudou a «melhorar articulação e processos de referenciação entre profissionais do ACES e do Hospital», refere a Enf. Otília Mestre, sublinhando que «muitos dos diabéticos chegam tardiamente aos cuidados hospitalares, quer por dificuldade de resposta atempada por parte destes, sobretudo na área do pé diabético, quer por serem encaminhados quando já se verificam complicações por vezes irreversíveis».
Na área da prevenção, a Enf. Otília Mestre destaca «o excelente trabalho de todas as unidades funcionais do ACES, nomeadamente, as Unidades de Cuidados na Comunidade (UCC)» que «estão a desenvolver várias atividades no terreno, quer com ações de sensibilização e informação sobre fatores de risco para a diabetes, quer através de projetos de intervenção comunitária em parceria com as autarquias e as escolas dos concelhos que integram o ACES».
Passados cerca de dois anos de implementação do projeto, no entender da Enf. Otília Mestre, ainda há muito para fazer, mas o balanço é bastante positivo. «Conseguimos diagnosticar uma série de diabéticos que não vinham ao Centro de Saúde. No final de 2011, aumentamos mais de 1% a taxa de diagnóstico, duplicamos o número de consultas de diabetes codificadas. Em 2009 tínhamos 1116 e em 2011 passamos para 2412», destaca, reconhecendo que estes resultados «devem-se ao trabalho de todas as unidades funcionais do ACES que desenvolveram um conjunto de ações e rastreios organizados na comunidade que permitiram diagnosticar e trazer para o Centro de Saúde muitos doentes com diabetes, por outro lado, dentro do próprio Centro de Saúde, as equipas ficaram mais sensibilizadas para o diagnóstico precoce aos utilizadores dos serviços Dispomos ainda de dados atuais que nos demonstram que os atuais diabéticos em consulta estão metabolicamente melhor controlados, o registo da vigilância ao pé diabético melhorou substancialmente e a taxa de amputações no ACES Sotavento reduziu para 1/3».
De referir que dos projetos selecionados para serem apresentados na 6ª Edição do Prémio de Boas Práticas em Saúde, destacam-se ainda, outros três projetos da Região do Algarve presentes: o projeto «Otimização na distribuição de medicamentos da ARS Algarve IP» que foi um dos nove projetos apresentados durante o encontro e o «projeto de saúde oral para indivíduos com necessidades especiais» da Unidade Cuidados na Comunidade Gentes de Loulé do ACES Central, e a «Consulta de avaliação da gravidez de baixo risco às 35 semanas» do serviço de Medicina Materno Fetal do Hospital de Faro, EPE, ambos apresentados em poster na exposição científica que decorreu durante o Encontro.
Consultar Poster: Projeto de Gestão integrada da diabetes do ACES Sotavento
Mais informações: 6ª Edição do Prémio das Boas Práticas em Saúde
