Serviço de Gastrenterologia do Hospital de Faro tem novas instalações
No espaço da antiga Consulta Externa do Hospital de Faro, vai nascer o novo Serviço de Gastrenterologia. Durante o mês de Julho de 2008, abrirão ao público as novas instalações, com uma área maior do que a actual e com novas funcionalidades, permitindo dar ainda maior excelência de cuidados aos doentes.
No espaço da antiga Consulta Externa do Hospital de Faro, vai nascer o novo Serviço de Gastrenterologia. Durante o mês de Julho de 2008, abrirão ao público as novas instalações, com uma área maior do que a actual e com novas funcionalidades, permitindo dar ainda maior excelência de cuidados aos doentes.
Existente no Hospital de Faro desde 1982, o Serviço de Gastrenterologia deixará de funcionar nas «instalações adaptadas» situadas perto da entrada principal do Hospital, como lhes chama o actual Director do Serviço, o Dr. Horácio Guerreiro, e muda-se para o remodelado rés-do-chão da Consulta Externa, vizinho da nova Urgência Pediátrica em fase final de acabamentos.
Deixando para trás o espaço que já não corresponde às necessidades actuais, esta nova unidade contará com um espaço de internamento apropriado de quinze camas, verá aumentado o sector dedicado às técnicas, que engloba quatro salas amplas de endoscopia, em vez das actuais três, exíguas, em uso, e três gabinetes de consultas em vez de o actual gabinete único.
Graças à modernização das instalações e do próprio equipamento, os profissionais de saúde esperam aumentar a capacidade de resposta aos utentes e a acessibilidade, quer no ambulatório quer no internamento.
Com a introdução de novas tecnologias, passando da vídeo-cápsula endoscópica à enteroscopia e à eco-endoscopia, propõem-se reduzir o número de utentes que actualmente precisam de procurar tratamentos específicos relacionadas com a gastrenterologia fora da região.
A nova unidade de «Gastro» vai poder internar mais utentes agudos, melhorando o conforto destes doentes e aliviando outros serviços no hospital.
Os nove médicos especialistas e os dois internos em formação recebem nas consultas, doentes de idade adulta com toda uma panóplia de problemas, desde jovens com doença inflamatória intestinal como a Doença de Crohn, às pancreatites, à úlcera péptica, à cirrose hepática, na maioria dos casos em homens e associada ao alcoolismo, até à obstrução nas via biliar e aos pólipos do intestino.
O cancro do cólon e recto, um dos cancros mais frequentes em Portugal, é uma das doenças que também leva as pessoas a este serviço e que pode ser prevenido se descoberto numa fase inicial com sigmoidoscopia ou colonoscopia.
Desde há cinco anos que os profissionais desta especialidade estão a realizar um rastreio nos Centros de Saúde da área de influência do Hospital de Faro, tendo sido rastreados mais de 10 mil pessoas entre os 55 e 65 anos de ambos os sexos.
Sendo, segundo o Dr. Horácio Guerreiro, a evolução profissional «fundamental para manter as pessoas motivadas», o serviço tem apostado na qualidade de formação, no desempenho de excelência e na formação contínua dos profissionais como pilares da actividade.
Paralelamente, procura-se partilhar a formação e a actualização de conhecimentos com outros médicos não especialistas na área da Gastrenterologia. Embora, para formação na especialidade, o serviço tenha uma «idoneidade de cem por cento» é ponto de honra dar aos internos uma formação de excelência através de cursos e estágios no país e no estrangeiro.
O intercâmbio com outras instituições nacionais, como o Instituto Português de Oncologia, EPE, o Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE (Hospital Pulido Valente – o Hospital Santa Maria), o Hospital Curry Cabral, é indispensável para garantir a excelência de cuidados médicos, em áreas específicas.
O intercâmbio com estes hospitais e a relação privilegiada com serviços congéneres estrangeiros, nomeadamente em Sevilha, Barcelona e Paris, são vias essenciais para manter o fluxo de conhecimento e informação entre profissionais de saúde que seguem a par e passo os avanços científicos dentro da sua área.
A investigação científica básica e clínica, a nível nacional e internacional, dos profissionais do serviço está em constante desenvolvimento. Em cooperação com a Universidade do Algarve, há alguns anos que se mantém uma linha de investigação sobre o helicobacter pylori (bactéria que causa úlcera gástrica e cancro do estômago).
Integrando ensaios internacionais, decorrem no serviço vários trabalhos de investigação clínica, alguns abarcando uma inovadora classe de medicamentos. Daqui provêem dividendos importantes, no prestígio e nos conhecimentos.
A cooperação com a Universidade do Algarve faz-se ainda a nível de ensino, por vezes mais pontualmente, e regularmente no curso de Ciências Biomédicas no Campus de Gambelas, e o serviço está preparado para desafios futuros se o curso de Medicina na Universidade do Algarve dor uma realidade no curto prazo.
«Permitir às pessoas manter um contacto com a Universidade é muito importante, eles têm o know-how e nós temos os meios onde o aplicar. Este intercâmbio melhora o nosso próprio desempenho, temos que ter um maior rigor científico, de nos preocupar mais com a comunicação. A investigação obriga-nos a estar muito actualizados e o ensino obriga-nos a ter o pensamento bem estruturado, acho que é fundamental cultivar estas colaborações.»
